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PR7 ACB – Aljubarrota: Pelo Vale da Ribeira do Mogo

Pontos de Interesse:

Chiqueda (Poço Suão); paisagem das encostas cársicas, arbustos de sequeiro; Longras; Carvalhal; Lavadouro e nascente; vista sobre os Vales Suspensos da Serra dos Candeeiros; vinha, pinhal, eucaliptal, olival; Pedreira; Vale da Ribeira do Mogo e formações Cársicas; nascente do rio Alcoa.

 

 

Aljubarrota é uma freguesia do concelho de Alcobaça, distrito de Leiria, constituída por 27 lugares.

 

O seu nome está ligado à Batalha de 14 de Agosto de 1385 contra os castelhanos, a qual D. João I saiu vitorioso, afirmando a independência de Portugal. Aljubarrota é rica em motivos arquitetónicos, memórias históricas e pedras ancestrais que constituem um museu vivo da história Portuguesa. Para além do seu peso histórico, Aljubarrota é centro de uma zona rica, não só pela sua atividade económica, como também industrial.

 

Não se sabe ao certo quando surgiu a povoação, mas existem vestígios de que remonta ao período neolítico. Note-se que, por exemplo, Carvalhal de Aljubarrota possui uma estação neolítica.

 

Quanto à origem do nome, existem algumas referências, no entanto crê-se que o nome Aljubarrota terá origens árabes. Esse povo, durante a sua ocupação terá denominado a povoação existente de Aljobbe, que significa poço, cisterna ou cova funda, derivando mais tarde para Ajubarota.

 

No período medieval, final do séc. XII, Aljubarrota era umas das treze vilas dos Coutos de Alcobaça, fundados em 1147 por D. Afonso Henriques. Nessa época, era a única vila dos coutos que tinha fornos de cozer pão e lagares de vinho próprio.

 

Em 1316 foi concedido foral pelo Abade de Alcobaça e mais tarde, em 1514, El- Rei D. Manuel I renova a carta de foral, e concede, no séc. XVI, o estatuto de vila. Um marco importante na legitimidade do poder local face aos interesses senhoriais.

 

Alguns anos após a extinção das Ordens Religiosas, em 1834, Aljubarrota perde o estatuto de sede de concelho, em 1855, após reorganização administrativa.

 

 

 

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O percurso está desenhado em forma de 8, o que permite que seja feito na totalidade ou em dois momentos. O percurso completo tem início e chegada em Chiqueda, no Poço Suão. No entanto, caso o pedestrianista queira fazer apenas um momento, poderá começar em Chiqueda, atravessar Longras, Carvalhal e regressar a Chiqueda (6 260 m) ou começar no Carvalhal, subir para a aldeia do Cadoiço, caminhar ao longo do Vale da Ribeira do Mogo e regressar ao Carvalhal (7.320 m).

 

O percurso inicia-se em Chiqueda, profundamente ligada ao rio Alcoa, o qual nasce junto desta povoação, mais precisamente no Vale da Ribeira do Mogo. O poço Suão trata-se de uma gruta onde é possível observar o braço de água subterrâneo que alimenta a nascente do rio, uma das mais importantes nascentes cársicas da região. Saindo de Chiqueda, o pedestrianista segue por matas mediterrâneas, passando pela aldeia de Longras, em direção à aldeia do Carvalhal, onde terá oportunidade para apreciar a sua arquitetura peculiar. Neste momento, o pedestrianista poderá decidir se quer continuar o percurso seguindo para a aldeia do Cadoiço, ou voltar para Chiqueda e fazer apenas uma parte do percurso.

 

 

Seguindo para a aldeia do Cadoiço, é possível avistar os vales suspensos da Serra dos Candeeiros. São assim designados porque se encontram suspensos a menos de meia encosta naquela vertente, quando o declive se torna mais suave para o topo. A posição destes paleorelevos testemunha um período de erosão normal que afetou a Serra de Aire e Candeeiros e que foi interrompido por um posterior levantamento generalizado desta Serra. Esse levantamento resultou da movimentação normal da Falha dos Candeeiros cuja escarpa se denuncia na topografia através do alinhamento rígido deste costado da serra. Estes vales juntamente com a escarpa da serra constituem uma das paisagens com maior beleza do PNSAC (Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros). Ao longo deste percurso o pedestrianista irá encontrar algumas pedreiras que todos os dias extraem toneladas de pedra. Dessas pedreiras sai calcário para a calçada portuguesa e para construção, maioritariamente moleanos, um calcário nacional mundialmente conhecido, e que é uma boa aposta nos mais variados acabamentos.

 

Posteriormente, o pedestrianista segue caminho pelo Vale da Ribeira do Mogo, situado no sopé da vertente oeste da Serra dos Candeeiros, sendo uma das áreas naturais mais importantes do concelho de Alcobaça. O Vale, que percorre atualmente o seu fundo, caracteriza-se pelo encaixe profundo e sinuoso nas formações calcárias. A ribeira é temporária, com considerável caudal no inverno. No término do Vale, chegando à localidade de Chiqueda, a ribeira junta-se ao Rio Alcoa.

 

Ao longo do vale é possível observar formações cársicas características da Serra de Aire e Candeeiros onde a rocha mais abundante é o calcário, uma rocha sedimentar química formada a partir da precipitação de carbonato de cálcio em água. A paisagem é constituída por diferentes tipos de estruturas sedimentares calcárias, como por exemplo as grutas, que são uma importante característica desta serra. A sua formação tem origem na dissolução dos constituintes do calcário na água, ou seja, dá-se uma erosão química desta rocha, à qual se junta uma erosão mecânica, correspondendo ao desgaste causado por agentes físicos. Como consequência ocorrem fraturas e desagregações progressivas da rocha. A erosão do calcário está na base da formação de muitas outras estruturas cársicas, como os algares, lapiás, estalagmites e estalactites. O Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros é considerado a zona calcária mais importante de Portugal.

 

A ocupação humana deste Vale conduz-nos à pré-história. Foi nesta área que Manuel Vieira Natividade, ilustre alcobacense, no final do século XIX, realizou várias campanhas arqueológicas em diversas grutas, recolhendo um espólio lítico e cerâmico significativo do período Neolítico.

 

A paisagem do Vale apresenta um grande valor patrimonial, com importantes aspetos naturais, culturais, cénicos e paisagísticos. Atualmente, o Vale define-se como um mosaico agroflorestal, numa combinação de uso florestal e agrícola, onde no cavado plano aparecem campos agrícolas, olival, vinha, incluindo núcleos de carvalhos e matos rasteiros, e nas vertentes íngremes e pedregosas observam-se os matos mediterrânicos de carrascal e medronhal, anteriormente ocupados por uma intensa exploração olivícola, com origem na presença dos monges da Ordem de Cister, entre o séc. XII e o séc. XIX. 

 

Este Vale constitui um habitat de inúmeras espécies faunísticas. Entre os mamíferos destaca-se a doninha, o toirão, o javali, o texugo, a raposa, a geneta e o sacarrabos. A lontra, restringe-se ao único habitat disponível, o rio Alcoa e existem também 2 espécies de morcegos, o morcego-grande-de-ferradura e o morcego-de-peluche que se encontram em perigo de extinção elevado. Quanto à avifauna destaca-se o bufo real, a águia-cobreira e a Rola Comum. Os lepidópteros (uma ordem de insetos que inclui as borboletas e mariposas) constituem um grupo considerável, onde já foram identificadas mais de 30 espécies, revelando as boas condições ecológicas do Vale.

 

Por outro lado, uma das riquezas do Vale é a grande diversidade da sua flora, onde os importantes e remanescentes bosques de carvalho-cerquinho dominam o estrato arbóreo. Ocorrem também espécies herbáceas de elevado valor conservacionista, nomeadamente as orquídeas selvagens. Existe ainda um grande número de plantas com propriedades aromáticas, medicinais e condimentares. Durante este troço, o pedestrianista pode optar por terminar o percurso na aldeia do Carvalhal ou então seguir até ao ponto de partida (Chiqueda).

 

 

 

 

FICHA TÉCNICA DO PERCURSO

 

  • Nome do Percurso: Aljubarrota. Pelo Vale da Ribeira do Mogo
  • Localização:

Concelho: Alcobaça

Freguesia: Aljubarrota

  • Tipo de circuito: Pequena Rota Circular
  • Sentido aconselhado: Sentido dos ponteiros do relógio
  • Ponto de Partida e Chegada: Chiqueda
  • Coordenadas GPS: Latitude: 39.533173 | Longitude: - 8.946788
  • Extensão total aproximada: 12,5 km (Variante: Ligação entre Carvalhal e campo da bola)
  • Duração aproximada: 3h
  • Altitude:

Máxima: 151 m

Mínima: 58 m

  • Grau de dificuldade: III - algo difícil
  • Época Aconselhada: Todo o ano. Em dias chuvosos não é aconselhável a realização do percurso.

Parte do percurso desenvolve-se em leito da ribeira, pelo que durante o inverno com precipitação elevada a zona terá caudal.

  • Material aconselhado: Mapa, bússola, binóculos, máquina fotográfica, boné, água, óculos de sol, caderno de notas, agasalho para vento, roupa e calçado confortáveis.
  • Promotores do Percurso e Contactos:

Junta Freguesia de Aljubarrota

Praça do Pelourinho

2460-601 Aljubarrota

Tel: 262 507 113 | E-mail: j.f.aljubarrota@gmail.com

 

Câmara Municipal de Alcobaça

Posto de Turismo de Alcobaça

Rua Araújo Guimarães, 28

2460-025 Alcobaça

GPS: 39.549615, -8.978705

Tel: 924 032 615 | E-mail: turismo@cm-alcobaca.pt

 

 

 

 

 
 
 

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